Segundo o governador Roberto Requião, apesar dea obra ser privada, o governo do Estado “vai apoiar institucionalmente a proposta”. A Copel vai permitir que as áreas sob suas torres de transmissão de energia sejam usadas para o traçado e a Compagás vai emprestar sua experiencia na construção de dutos.
O anuncio foi feito ontem, em Curitiba, numa reunião com produtores do Paraná, representados pela Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcopar).
Requião pediu como contrapartida que os produtores se comprometessem em movimentar 4 bilhões de litros de álcool pelo duto, que deve estar pronto até 2014. O estímulo do governo ao segmento sucroalcooleiro visa a projetar Estado no mercado externo, como exportador de etanol, um projeto iniciado ano passado com a construção do primeiro terminal público de etanol, no Porto de Paranaguá.
Pelo que ficou acertado no encontro de ontem, uma comissão, formada por representantes dos produtores e da Compagas e com a participação da Copel, vai iniciar os estudos visando à construção do alcoolduto, que deve começar no ano que vem. O presidente da Compagás, Luiz Carlos Meimert, será o presidente da comissão que vai estudar o melhor traçado e os materiais a serem empregados na construção do duto.
“A empresa tem uma vasta experiência em construção de dutos para energia e podemos contribuir bastante”, destacou o presidente. A Copel, inicialmente terá uma participação indireta, por ser a empresa controladora da Compagás.
Essa participação só mudará caso a comissão resolva que um dos traçados das linhas de transmissão da Companhia Paranaense de Energia Elétrica é compatível para a construção do duto.
Alternativas
A utilização de um destes traçados poderia facilitar a construção, segundo a assessoria da Copel, “porque as linhas de transmissão já são áreas desapropriadas”.
Mas o superintendente da Alcoopar, Adriano da Silva Dias, praticamente descartou essa possibilidade. Segundo ele, há uma incompatibilidade técnica, porque “a energia elétrica causa uma reação no dutos metálicos”. Uma solução para o problema, que será estudada pela comissão formada ontem, será a de se utilizar outros materiais, mas isso seria feito apenas se comprovada a viabilidade de se utilizar algum dos traçados das linhas de transmissão.
Adriano, entretanto, não aposta nessa alternativa. Segundo ele, o pré-projeto apresentado pelos produtores ontem, de 502 quilômetros, ligando Maringá a Araucária e de lá a Paranaguá, deve ser o escolhido. “O que queríamos era o apoio institucional do governo, com a liberação de licenças e desapropriações, e isso foi conseguido”, revelou.
Os produtores voltam a se reunir com o governador no dia 12 de dezembro, quando vão apresentar o projeto concluído, a empresa gestora do alcoolduto já formada e a primeira parte dos recursos necessários para a obra, já conseguida. “Ainda não temos data para começar a construção, mas queremos estar com tudo pronto até o fim do ano”, disse Dias.